' Falta tanta coisa na minha janela como uma praia, falta tanta coisa na memória como o rosto dele*, falta tanto tempo no relógio quanto uma semana, sobra tanta falta de paciência que me desespero. Sobram tantas meias-verdades que guardo pra mim mesma*, sobram tantos medos que nem me protejo mais, sobra tanto espaço dentro do abraço, falta tanta coisa pra dizer que nunca consigo..

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Ser ou não ser de ninguém;

Na hora de cantar, todo mundo enche o peito nas boates e gandaias, levanta os braços, sorri e dispara: "... eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também..."

No entanto, passado o efeito da manguaça com energético, e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração tribalista se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição.

A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. Beijar na boca é bom? Claro que é! Se manter sem compromisso, viver rodeado de amigos em baladas animadíssimas é legal? Evidente que sim. Mas por que reclamam depois?


Será que os grupos tribalistas se esqueceram da velha lição ensinada no colégio, de que toda ação tem uma reação? Agir como tribalista tem conseqüências, boas e ruins, como tudo na vida. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém.


Para comer a cereja, é preciso comer o bolo todo e, nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc.


Embora já saibam namorar, os tribalistas não namoram. "Ficar" também é coisa do passado. A palavra de ordem hoje é "namorix". A pessoa pode ter um, dois e até três namorix ao mesmo tempo. Dificilmente está apaixonada por seus namorix, mas gosta da companhia do outro e de manter a ilusão de que não está sozinho.


Nessa nova modalidade de relacionamento, ninguém pode se queixar de nada. Caso uma das partes se ausente durante uma semana, a outra deve fingir que nada aconteceu, afinal, não estão namorando. Aliás, quando foi que se estabeleceu que namoro é sinônimo de cobrança? A nova geração prega liberdade, mas acaba tendo visões unilaterais.


Assim, como só deseja a cereja do bolo tribal, enxerga somente o lado negativo das relações mais sólidas. Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas, e a troca de cumplicidade, carinho e amor.


Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer boa noite, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter alguém para amar.


Já dizia o poeta que amar se aprende amando. Assim, podemos aprender a amar nos relacionando. Trocando experiências, afetos, conflitos e sensações. Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. Somos livres para optarmos. E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento... É arriscar, pagar para ver e correr atrás da tão sonhada felicidade. É doar e receber, é estar disponível de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer. É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins.


Ser de todo mundo, não ser de ninguém, é o mesmo que não ter ninguém também... É não ser livre para trocar e crescer... É estar fadado ao fracasso emocional e à tão temida SOLIDÃO...

Seres humanos são anjos de uma asa só, para voar têm que se unir ao outro"
Arnaldo Jabor

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

#FikDik !

Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue. Se sentir saudades, mate-a. Se perder um amor, não se perca ! Se o achar, segure-o ! sz


sábado, 11 de dezembro de 2010

2ª Família;

Fim de relacionamento é uma coisa engraçada. Tá, na verdade não tem nada de engraçado! Mas, o fato é que é algo totalmente confuso. Meu namoro acabou a muito tempo atrás, e sinceramente, eu entendo que era o que realmente tinha que acontecer! Mas tem algo que consegue abalar qualquer ser humano e por incrível que pareça não estou me referindo ao seu ex-namorado, e sim, a família dele! É, isso mesmo que você leu, a família dele!!! Mas eu não estou falando de qualquer família não, eu estou falando daquela família que acaba se tornando sua 2ª família.


Sim, isso é possível. Eu estava conversando com um amigo esses dias atrás sobre isso e concordamos em muitas coisas. Eu disse que a coisa que eu mais sentia falta do meu namoro, era da família do meu ex-namorado, e que isso era engraçado. Porque no começo eu chorava rios por ele, e agora a unica coisa que me doía amargamente era a saudade que eu sentia de seus pais e sua irmã. Eu comecei a namorar muito nova, numa fase em que a gente tá praticamente em formação, se desenvolvendo como pessoa e aprendendo a se relacionar com o mundo. O fato de você conviver muito com outra família, além da sua, te acrescenta características daquela nova família que você esta convivendo. E você aprende a lidar com ela, a se relacionar com ela, e se acostuma com o jeito dela. No meu caso, eu praticamente morei com a família do meu ex (e ele com a minha). Todo fim de ano eu viajava com a família dele, todo fim de semana ele dormia aqui em casa. Todas as festas, reuniões, encontros, viagens. TUDO! Era o tempo todo grudada naquela família. Eu cheguei a ir em aniversários da família dele que nem ele foi por estar trabalhando. Cheguei a fazer aniversário surpresa não só pra ele, mas também pra mãe dele. Fiz o orkut do pai dele!!! Vocês tem noção disso? Era MUITA intimidade. 


Teve uma época que eu tinha até aquela sensação de ver mais a família dele do que a minha. E isso era uma coisa boa. Porque quando eu não aparecia, insistiam em me chamar. "Vamos comprar roupas, vamos no mercado, vamos comprar as coisas pro ano novo, você não veio aqui esse fim de semana, tá de mal?." Não tem como definir o tamanho do amor que eu sinto pela família dele, nem o tamanho da saudade que eu sinto. Eu não perdi o contato com a família dele depois que terminamos. Com ele sim, eu parei de falar inúmeras vezes, mas a família dele, é praticamente impossível pra mim. Há algumas semanas eu encontrei com a irmã dele e fomos para um barzinho, conversamos muito, demos muita risada, relembramos um monte de coisas e me deu uma imensa saudade. Sem dúvidas nenhuma nos tornamos amigas. Amigas mesmo, de contar as ultimas novidades, aconselhar e desabafar. Mas hoje, conseguiu me quebrar em diversos pedaços. Fui no chá de cozinha da irmã dele. Antes passamos na casa dela e encontrei o pai dele. Vocês não tem noção do tamanho do sorriso que ele me deu e da felicidade estampada, não só na cara dele, mas na minha também. E foi aquela mesma coisa, de me agradar, de querer ser legal comigo, de brincar. Um pouco depois encontrei com a mãe. Novamente, outra festa. Eu acho que eu nunca fui tão bem recebida e tão bem tratada nem por pessoas que são consideradas realmente da minha família. 


Minha mãe foi comigo no chá. E nem ela esperava tanto, ela ficou pasma com o jeito e a intimidade que eu tenho com eles. Nem ela imaginou que fosse tanta. Quando viemos embora ela me disse: agora eu sei porque você sente tanta falta da família dele. Chegou em casa e a primeira coisa que fez foi correr contar pro meu pai como os pais do meu ex me tratam como filha, como ficaram felizes em me ver e como falaram bem de mim pra ela. Mãe é assim né, adora exibir os filhos. E a minha, não ia ser diferente.


O fato é que a mãe dele me disse tantas coisas bonitas que meu coração chegou a doer. O quanto ela sente minha falta, o quanto gosta de mim, o amor que eles sentem. Como foi difícil pra eles também, chegar os finais de semana e eu não estar lá. E que até hoje, o ano novo na praia traz aquela tristezinha de saber que eu não estou lá, no meu cantinho. O que mais doeu, foi saber que é exatamente assim que eu me sinto com relação a eles. Ver que é algo tão recíproco, tão bonito. 


É claro que isso é uma coisa boa. Saber que eu gosto tanto daquela família e que ela também sente o mesmo por mim. A unica parte ruim de tudo isso é a torcida. A torcida enorme que as famílias fazem para que a gente volte, para que tudo dê certo e a convicção de que nós, no fim, ainda vamos nos casar. Ser apresentada como "a norinha" pra todo mundo, ter que ouvir de novo toda a história do término e suas possíveis hipóteses. E o melhor de tudo, o final "você decide"! Cada um com seu jeitinho de terminar a história. 


A verdade é que eu não vejo mais futuro nisso. E sei que não é isso que eu quero pra mim. Eu cheguei até a brincar que eles podiam ter outro filho que assim eu tentava permanecer na família! Mas aquele amor todo que eu sentia pelo ex, realmente sumiu. E chega a ser um pouco triste você pensar nessa 2ª família. Eu queria muito que tudo tivesse sido diferente. Mas não foi. E não vai ser mais. Porque eu mesma já não quero mais que seja. Quero que seja assim, do jeito que é... Mas ainda assim, eu queria aquela família pra mim! Só de pensar em começar tudo de novo com outra família me da desespero. 


Definitivamente, eu amo aquela família. E ao sentir o carinho que eles também tem por mim, doeu. Mas doeu de saudade, de vontade de ter eles pra sempre aqui! E quem disse que precisa ser diferente? Eles vão ser pra sempre minha outra família, mesmo com todas essas mudanças que já aconteceram e continuam acontecendo. De qualquer forma, eles sempre estiveram aqui, e eu espero que continuem por muitos e mais muitos infinitos anos.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Ainda temos muito o que aprender;

Chorar não resolve, falar pouco é uma virtude, aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoísmo e o que não mata com certeza fortalece. As vezes mudar é preciso, nem tudo vai ser como você quer, a vida continua. Pra qualquer escolha se segue alguma conseqüência, vontades efêmeras não valem a pena, quem faz uma vez não faz duas necessariamente, mas quem faz dez, com certeza faz onze. Essa história de que é melhor acordar arrependido do que dormir com vontade é mentira! Perdoar é nobre, esquecer é quase impossível. Nem todo mundo é tão legal assim, e de perto ninguém é normal. Quem te merece não te faz chorar, quem gosta cuida, o que está no passado tem motivos para não fazer parte do seu presente, não é preciso perder pra aprender a dar valor e os amigos ainda se contam nos dedos. Aos poucos você percebe o que vale a pena, o que se deve guardar pro resto da vida, e o que nunca deveria ter entrado nela. Não tem como esconder a verdade, nem tem como enterrar o passado. O tempo sempre vai ser o melhor remédio, mas seus resultados nem sempre são imediatos.


{ Charles Chaplin }

sábado, 4 de dezembro de 2010

Expectativas;

" Não crie expectativas, é melhor você se surpreender do que se decepcionar! "

Tem como não se frustrar com algo? Existe receita certa para que as coisas passem despercebidas e você nem se importe? Pois é, se existe, como todos devem ter notado, eu não conheço. O fato é que erramos ao criar expectativas demais.


Tudo bem, eu sei mais do que qualquer pessoa, que é praticamente impossível não criar expectativa. Você fica feliz com uma coisa, começa a torcer pra dar certo, para que realmente aconteça e quando vê, já esta totalmente dominado por diversas delas. O ruim de tudo isso é que a gente nunca sabe o que o futuro nos reserva, e colocar confiança demais em cima de algo é pedir para bater com a cara na parede. No meu caso, significa mais do que simplesmente "bater a cara na parede", eu acabo me espatifando na parede a uma velocidade de 200km/h no mínimo. Com o tempo a gente vai aprendendo e regulando essa velocidade, mas não significa que, ainda assim, você consiga evitar de dar pelo menos uma cabeçada no muro. E ainda assim, dói. Na verdade, depois de um tempo não dói mais. Mas frustra. Frustra e chateia.


Não sei nem qual seria a palavra correta para descrever esse sentimento. Acaba se tornando aquela coisa de: de novo isso? Okay, okay, bola pra frente. Mas sempre fica aquela perguntinha básica: até quando? Todas as vezes que eu criar expectativa vou me frustrar?

Colocar o carro na frente dos bois (como diria minha vó) nunca resulta em coisa boa. Mas depois que o "acidente" já ocorreu, como sair dessa? Sei lá, pra mim restam duas saídas: se afastar do "objeto frustrante" ou fingir que não tem nada acontecendo e ir levando. O fato é que depois que eu me frustro com algo, fica difícil fingir que não tem nada acontecendo. Eu mudo, minha empolgação cai em 500%, fica praticamente estampado na minha testa que algo mudou. Não precisa ser muito inteligente pra notar! 

Ai eu fico naquela situação em que não sei o que fazer, mas minhas atitudes vão fazendo por si. Porque, embora eu diga que esta tudo bem, meu comportamento demonstra que tem algo errado. E eu odeio ser assim, tão explicita. Uma amiga me disse uma vez que quando tudo começa dando errado, o jeito é encarar os fatos e ir dormir. Eu não sou a pessoa mais normal do mundo, e eu passo horas do meu dia conversando comigo mesma. O problema é que na maioria das vezes nem eu entendo uma só palavra do que estou dizendo. 


Algumas vezes eu finjo que acredito na mentira, mas conheço muito bem a verdade. Por isso, cuidado. No momento em que eu achar propicio vou acabar usando isso a meu favor, e por ser pego de surpresa, você acaba ficando sem resposta. Eu sou a pessoa mais contraditória do mundo. É tão estranho ter algo pra fugir de tudo e, de repente, precisar principalmente fugir desse algo. Mas chega um momento em que a gente simplesmente muda. O coração começa a fazer outras escolhas, e decide mudar o caminho. É a lei da vida. Com relação a relacionamentos é praticamente a mesma coisa, eu não quero o homem perfeito que eu idealizei não, eu só quero um homem de verdade. Acho que isso basta. Será que isso é criar expectativa demais?


Esse post na verdade era um post antigo. Mas eu resolvi postar hoje porque estou me sentindo a pessoa mais mimimi do mundo. Ontem em um barzinho, me disseram que só de me olhar da pra notar que eu sou muito pé atrás e muito desconfiada. E que isso, na verdade, é uma coisa boa... porque o mundo hoje em dia tá complicado demais! Foi uma conversa longa, longa e reflexiva. Por mais que eu saiba que eu realmente sou assim, tem horas que eu me sinto a pessoa mais inocente do planeta. Eu desconfio e procuro pretexto em tudo, mas depois que surge a primeira expectativa, tudo muda.
E isso é tão contraditório quanto eu sou. Porque se você é desconfiada e pé atrás, não tem como você viver criando expectativas. Mas eu crio! E no momento, estou cheia delas. Tá, eu confesso! Esse era pra ser um post diferente, mas eu fui picada pelo bichinho do ciúmes hoje, então acabei mudando o foco. 

" Pessoas são interessantes só na minha imaginação. no momento que elas passam a ter vida própria sinto vontade de jogá-las pela minha janela. "

terça-feira, 30 de novembro de 2010

O que não nos contaram;

Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos.
Não contaram pra nós que o amor não é acionado, nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade.


Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.
Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava.
Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.


Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.
Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto.
Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.


Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade.
Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas.
Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente.

Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém.

{ John Lennon }

domingo, 28 de novembro de 2010

Teorias e mais teorias;

Sinceramente, eu não consigo entender o que se passa na cabeça de um homem. Você conhece alguém legal, ambos ficam "empolgadinhos" e de repente... tudo muda.
Eu estava conversando com uns amigos, e NENHUM deles conseguiu me explicar porque homem é tão contraditório. O máximo que conseguiram me dizer foi que "homem precisa ficar em dúvida quanto ao que a menina sente, se ele achar que ela gosta dele, já era... ele relaxa". Vocês já pararam para pensar no quão difícil é (para uma mulher) estar com alguém e não poder demonstrar que gosta desse alguém? Na minha cabeça todo mundo gosta de mimo, carinho e atenção. Logo, saber que alguém realmente gosta de você é ótimo. Mas, segundo estes amigos, não é assim que as coisas são. E analisando friamente os fatos do dia-a-dia, eles com certeza tem razão.

Eu conheço um casal (na verdade, conheço vários), que no começo o cara era o mais interessado, ligava, dava atenção, queria ver, estar perto. Parecia completamente apaixonado e a menina ia levando, sem ter muita certeza do que sentia... com o passar do tempo, ambos foram ficando super apaixonadinhos até que a situação inverteu. Hoje, você vê claramente que a apaixonada é ela. O cara reclama, some, não liga e ainda briga que ela pega no pé. Mas no começo era super diferente. Não consigo entender. De fato, quando eles se sentem confiantes dos nossos sentimentos eles resolvem surtar e deixar a gente se virar para entender. 

Eu sempre fui muito orgulhosa. Podia quase morrer de tanto chorar, mas não dava o braço a torcer. Odiava ter que passar por cima do meu orgulho para resolver alguma situação... e no final, tudo sempre acabava bem. Houve um momento, em que o amor falou mais alto que o orgulho e eu resolvi mudar. E essa foi a pior besteira que eu já fiz. Meu namoro ficou nas minhas mãos. Eu tinha que resolver tudo, relevar, tentar conversar. Se eu quisesse terminar, a gente terminaria.. se eu quisesse continuar, a gente continuaria. Se eu estivesse chateada com algo, que me virasse para que a mágoa passasse. Eu namorei 3 anos completamente dominada pelo meu orgulho, e não precisava me esforçar para nada. De fato, a dúvida fazia ele se dedicar mais. Quando ele percebeu que eu realmente gostava muito e que não queria que o namoro acabasse, ele mudou. Deve ter pensado que "se ela não quer que acabe, não vai terminar... então, ela sempre vai dar um jeito de consertar. Eu não preciso fazer nada... só esperar". E era realmente assim. 

Por quase um ano eu fiquei lutando com o meu orgulho, tentando ser menos orgulhosa e mais legal. As coisas só pioraram. Talvez o que realmente mantinha o meu namoro por tanto tempo era o fato de eu sempre ter sido orgulhosa e insegura com essas coisas de ficar demonstrando o que eu sinto.

Eu sempre fui muito carinhosa e bem boba também. Escrevia cartinha, mandava e-mail, adorava surpreender. Mas por conta do orgulho, eu também deixava dúvidas. Embora fizesse todas aquelas coisinhas de menina apaixonada, quando o assunto era sério eu era a pessoa mais centrada e equilibrada do mundo. E no último ano, ambos éramos totalmente diferentes. Ele gritava, brigava e surtava. Eu tentava conversar, entender e consertar. Sempre fui a favor de conversa, (acho que não tem nada que a gente não possa resolver conversando) mas admitir que gritem comigo? Perai né... isso é uma coisa que eu não admito. Eu não grito com ninguém, não é nem um pouco justo (muito menos legal) gritarem comigo. Mas até isso nos ultimos meses eu estava relevando.

Estávamos brigando muito, tudo era motivo para terminar e eu sempre acabava tentando encontrar alguma solução para que o barquinho não afundasse. Mas, basta usar um pouco de lógica para entender o que houve: Tem duas pessoas num barco, o barco está afundando, somente uma dessas duas pessoas se esforça tirando a água que esta entrando no barco enquanto a outra fica ali, parada, só olhando... uma hora essa pessoa que esta tirando a água vai cansar e vai deixar o barco afundar de uma vez. E foi isso que aconteceu. 
Uma briga por telefone. Pedi para que a gente se encontrasse e conversasse pessoalmente porque discutir por telefone é terrível. Ele já veio crente que eu iria conversar, argumentar, tentar consertar. Tanto que no telefone ele enfatizou: "a gente vai conversar, mas não vai ter volta." Tudo bem, a gente conversa quando você chegar. Eu estava em uma situação tão tensa, tão cansada de tudo isso... que a unica coisa que eu conseguia pensar era que realmente, o melhor era terminar. E foi o que eu fiz. Ele me chamou no portão, eu sai lá fora para atender e ele foi super grosso perguntando: e ai, o que você quer falar? Eu tirei minha aliança do dedo, dei na mão dele e disse: também quero terminar. Eu nunca o vi tão surpreso e tão arrependido. "Espera, vamos conversar, não é assim" Falou um milhão de coisas bonitinhas, me deu um milhão de argumentos para não terminar. Me prometeu mil e uma coisas. Mas, perai... até então, ele tinha deixado bem claro que a gente não ia voltar. Talvez ele não esperava o fato de eu realmente concordar que não estava dando mais para continuar. E foi isso que fez ele voltar atrás.

Então, fica aquela pergunta no ar: se eu tivesse tentado conversar para encontrar alguma solução, ele teria agido assim? Provavelmente não. E isso comprova a teoria de que homem é tudo maluco e não pode se sentir totalmente confiante quanto ao sentimento de uma mulher. Porque enquanto eles sabem que elas gostam demais, eles agem como completos idiotas. Mas quando não sabem como isso vai terminar, eles resolvem te tratar como uma princesa até sentir que você está em suas mãos de novo. Estranho né?

Muita coisa aconteceu para que eu concordasse com essa "teoria" ridícula. E olhando ao redor, eu só consigo ter mais e mais certeza de que ela é real. Hoje eu sou uma pessoa muito mais orgulhosa do que eu já era. E olha que não era pouco. Eu não sei se isso é uma coisa boa ou ruim, mas ter lutado contra o meu orgulho foi uma coisa que não me fez bem e nem teve um final feliz. Então, para que tentar evitar algo que é natural meu, se não vai me beneficiar em nada?

Eu não acho que ser orgulhosa seja uma qualidade. Mas em partes, também não acho que seja um defeito. As pessoas nunca sabem exatamente o que eu estou pensando ou sentindo. E como todo mundo sabe, eu sempre gostei de agradar todo mundo, sempre fui mimimi e sempre gostei dessas coisinhas de romantismo a moda antiga. Ser orgulhosa não tira isso de mim. Eu continuo carinhosa, continuo boazinha, continuo conversando e tentando levar. Mas, não espere que eu te cobre algo que você não me deu a liberdade para cobrar, ou que eu vá correndo atrás de você para dizer o quanto eu estou triste com algo. Acho que relacionamento é algo onde as pessoas tem que ser maduras o suficiente para conversar, entender, perceber e aceitar (ou não) algo, visando sempre o melhor dos dois.

E embora eu seja super orgulhosa, se for para ficar com alguém que eu não possa demonstrar o que eu sinto de verdade, eu prefiro nem ficar. Porque relacionamento pra mim é cumplicidade e liberdade, não um eterno jogo de quem perde e de quem ganha. Relacionamento não é disputa, é gostar de alguém e querer ver/fazer esse alguém feliz. Se esse não é o seu objetivo, melhor repensar. #FikDica

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Mudanças e mais mudanças;

Eu sempre soube que eu era movida por um sentimentozinho confuso e intrigante. Só não imaginava que fosse tanto. Fazia tempo que eu não sentia nada assim, tão empolgante. Sabe aquela coisinha "brega" de sorrir com os olhos? Pois é.

Felicidade é uma coisa maravilhosa de se sentir, e pelo menos no meu caso, sempre vem acompanhada de friozinho na barriga. E quanto tempo fazia que eu nem pensava nesta possibilidade? Quando eu digo que "quando a gente muda, muita coisa muda" a maioria acha que é balela. Mas não consigo encontrar outra explicação.


Tudo bem, eu não mudei tanto assim. Mas só o fato de ter decidido que continuar parada, na mesma situação de sempre, não me levaria a lugar nenhum já me trouxe tantas mudanças que eu só tenho a agradecer. E eu falo isso num geral. A muito tempo não me estresso com coisa pequena, não me importo com idiotice e consequentemente, me sinto esquisita. Esquisita porque eu sempre me importei demais com tudo e com todos. Sempre quis agradar todo mundo e esperava pelo menos um pouco mais de consideração. A verdade é que agora eu continuo querendo agradar as pessoas, mas não espero nada em troca. É claro que eu não sou de ferro e acabo me magoando com algumas coisas, mas aquelas mesmas coisas que antes me atingiam absurdamente hoje passam despercebidas. E isso é bom, pelo menos pra mim.


Muitos dos meus amigos estão questionando esta mudança, dizendo que não querem que eu mude, porque eu sempre fui o elo protetor da turma. E eu só quero que vocês saibam que eu não vou deixar de ser. Já faz mais de 6 meses que todos vocês estão reclamando desta mudança e ainda assim, todos notaram que eu não deixei de me importar, apenas mudei a forma de agir. E é basicamente isso, a unica coisa que mudou é o fato de não dedicar mais meus cabelos (que milagrosamente ainda não estão brancos) a isso. No fim, todo mundo vai ter que concordar que foi uma mudança boa, pelo menos eu estou menos chatinha com vocês. :)


Porque cá entre nós, esse negócio de proteger é uma chatisse sem tamanho. Não que eu não me importe mais com vocês, é claro que eu me importo, afinal vocês são meus amigos e eu amo cada um de vocês. E vou continuar ficando brava, dando bronca, brigando, resmungando e todas as outras coisas que eu sempre faço. Inclusive a parte de ser super mimimi, essas coisas já fazem parte da minha personalidade e não tem como mudar :) A diferença é que, quem não quer proteção não precisa ser protegido, certo? E antes, em certas situações, eu teimava em proteger e vocês teimavam em me contrariar e eu acabava ganhando mais uma ruga. (elas podem não aparecer ainda, mas quando resolverem aparecer vocês vão ver... tudo culpa de vocês, vão ter que me pagar vários tratamentos estéticos)
O que eu achei mais engraçado de tudo isso, foi que estão questionando esta ausência de proteção. Quando eu tento explicar meu ponto de vista, estou ouvindo de todas as pessoas possíveis e impossíveis o seguinte sermão: "mas a gente quer que você continue falando, mesmo que a gente pareça não ouvir. A gente ouve, a gente concorda, a gente teima, a gente apanha e a gente volta triste atrás de você dizendo: você tinha razão. Se você não falar, ninguém vai falar. E se ninguém falar, a gente vai se prejudicar ainda mais. E mesmo que outra pessoa falar, a gente não vai ouvir. Porque por mais que você pense que não, a gente te escuta. E a gente quer continuar escutando, a gente precisa escutar. E é isso que a gente mais gosta em você." Não da pra entender. Minhas amizades, como todo o resto na minha vida, são totalmente confusas. Não que eu ache isso uma coisa ruim, até porque eu também sou uma pessoa super confusa, mas... a gente precisa testar novas teorias. E a nova teoria em teste é a Taty que não da tanta bronca. Ou pelo menos tenta não dar. (mas não se preocupem, quando for muito necessário irei continuar puxando a orelha de vocês)


Mas eu fugi totalmente do foco inicial por causa de uma conversa no MSN que cismou em enfatizar que estou diferente. O que eu queria mesmo dizer no inicio do post é que eu tô bem, tô feliz. Fazia tempo que eu não fazia um post referente aos meus sentimentos. E é exatamente sobre isso que eu ia falar. Como uma coisa pode incentivar tanto uma pessoa? A gente nem sabe o que é, o que vai ser, no que vai dar... mas ainda assim, a gente fica contente e boba. A parte do boba não é novidade pra ninguém, já que eu sempre fui muito boba. Mas a parte de estar se sentindo super contente e inspirada, essa sim... é uma grande novidade.

Mas por enquanto eu não tenho muito o que escrever, e mesmo que eu tivesse, vocês me conhecem né? Eu odeio ficar curiosa, mas adoro fazer um mistério. E o foco do post realmente é deixar todo mundo sem entender. Lembra: crise de vida muito exposta? Pois é =]

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O contrário do amor;

O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.

(Martha Medeiros)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Saudade;

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dói. Bater a cabeça na quina da mesa, dói. Morder a língua, dói. Cólica, cárie e pedra no rim também doem. Mas o que mais dói é saudade.

Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Dói essas saudades todas. Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.

Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o escritório e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno, não saber mais se ela continua pintando o cabelo de vermelho. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu, não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango assado, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Coca-cola, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua surfando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber se ele esta com outra, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ela está feliz, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ela esta mais magra, se ele esta mais belo. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

(Martha Medeiros)