' Falta tanta coisa na minha janela como uma praia, falta tanta coisa na memória como o rosto dele*, falta tanto tempo no relógio quanto uma semana, sobra tanta falta de paciência que me desespero. Sobram tantas meias-verdades que guardo pra mim mesma*, sobram tantos medos que nem me protejo mais, sobra tanto espaço dentro do abraço, falta tanta coisa pra dizer que nunca consigo..

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Ser ou não ser de ninguém;

Na hora de cantar, todo mundo enche o peito nas boates e gandaias, levanta os braços, sorri e dispara: "... eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também..."

No entanto, passado o efeito da manguaça com energético, e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração tribalista se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição.

A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. Beijar na boca é bom? Claro que é! Se manter sem compromisso, viver rodeado de amigos em baladas animadíssimas é legal? Evidente que sim. Mas por que reclamam depois?


Será que os grupos tribalistas se esqueceram da velha lição ensinada no colégio, de que toda ação tem uma reação? Agir como tribalista tem conseqüências, boas e ruins, como tudo na vida. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém.


Para comer a cereja, é preciso comer o bolo todo e, nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc.


Embora já saibam namorar, os tribalistas não namoram. "Ficar" também é coisa do passado. A palavra de ordem hoje é "namorix". A pessoa pode ter um, dois e até três namorix ao mesmo tempo. Dificilmente está apaixonada por seus namorix, mas gosta da companhia do outro e de manter a ilusão de que não está sozinho.


Nessa nova modalidade de relacionamento, ninguém pode se queixar de nada. Caso uma das partes se ausente durante uma semana, a outra deve fingir que nada aconteceu, afinal, não estão namorando. Aliás, quando foi que se estabeleceu que namoro é sinônimo de cobrança? A nova geração prega liberdade, mas acaba tendo visões unilaterais.


Assim, como só deseja a cereja do bolo tribal, enxerga somente o lado negativo das relações mais sólidas. Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas, e a troca de cumplicidade, carinho e amor.


Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer boa noite, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter alguém para amar.


Já dizia o poeta que amar se aprende amando. Assim, podemos aprender a amar nos relacionando. Trocando experiências, afetos, conflitos e sensações. Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. Somos livres para optarmos. E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento... É arriscar, pagar para ver e correr atrás da tão sonhada felicidade. É doar e receber, é estar disponível de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer. É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins.


Ser de todo mundo, não ser de ninguém, é o mesmo que não ter ninguém também... É não ser livre para trocar e crescer... É estar fadado ao fracasso emocional e à tão temida SOLIDÃO...

Seres humanos são anjos de uma asa só, para voar têm que se unir ao outro"
Arnaldo Jabor

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

#FikDik !

Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue. Se sentir saudades, mate-a. Se perder um amor, não se perca ! Se o achar, segure-o ! sz


sábado, 11 de dezembro de 2010

2ª Família;

Fim de relacionamento é uma coisa engraçada. Tá, na verdade não tem nada de engraçado! Mas, o fato é que é algo totalmente confuso. Meu namoro acabou a muito tempo atrás, e sinceramente, eu entendo que era o que realmente tinha que acontecer! Mas tem algo que consegue abalar qualquer ser humano e por incrível que pareça não estou me referindo ao seu ex-namorado, e sim, a família dele! É, isso mesmo que você leu, a família dele!!! Mas eu não estou falando de qualquer família não, eu estou falando daquela família que acaba se tornando sua 2ª família.


Sim, isso é possível. Eu estava conversando com um amigo esses dias atrás sobre isso e concordamos em muitas coisas. Eu disse que a coisa que eu mais sentia falta do meu namoro, era da família do meu ex-namorado, e que isso era engraçado. Porque no começo eu chorava rios por ele, e agora a unica coisa que me doía amargamente era a saudade que eu sentia de seus pais e sua irmã. Eu comecei a namorar muito nova, numa fase em que a gente tá praticamente em formação, se desenvolvendo como pessoa e aprendendo a se relacionar com o mundo. O fato de você conviver muito com outra família, além da sua, te acrescenta características daquela nova família que você esta convivendo. E você aprende a lidar com ela, a se relacionar com ela, e se acostuma com o jeito dela. No meu caso, eu praticamente morei com a família do meu ex (e ele com a minha). Todo fim de ano eu viajava com a família dele, todo fim de semana ele dormia aqui em casa. Todas as festas, reuniões, encontros, viagens. TUDO! Era o tempo todo grudada naquela família. Eu cheguei a ir em aniversários da família dele que nem ele foi por estar trabalhando. Cheguei a fazer aniversário surpresa não só pra ele, mas também pra mãe dele. Fiz o orkut do pai dele!!! Vocês tem noção disso? Era MUITA intimidade. 


Teve uma época que eu tinha até aquela sensação de ver mais a família dele do que a minha. E isso era uma coisa boa. Porque quando eu não aparecia, insistiam em me chamar. "Vamos comprar roupas, vamos no mercado, vamos comprar as coisas pro ano novo, você não veio aqui esse fim de semana, tá de mal?." Não tem como definir o tamanho do amor que eu sinto pela família dele, nem o tamanho da saudade que eu sinto. Eu não perdi o contato com a família dele depois que terminamos. Com ele sim, eu parei de falar inúmeras vezes, mas a família dele, é praticamente impossível pra mim. Há algumas semanas eu encontrei com a irmã dele e fomos para um barzinho, conversamos muito, demos muita risada, relembramos um monte de coisas e me deu uma imensa saudade. Sem dúvidas nenhuma nos tornamos amigas. Amigas mesmo, de contar as ultimas novidades, aconselhar e desabafar. Mas hoje, conseguiu me quebrar em diversos pedaços. Fui no chá de cozinha da irmã dele. Antes passamos na casa dela e encontrei o pai dele. Vocês não tem noção do tamanho do sorriso que ele me deu e da felicidade estampada, não só na cara dele, mas na minha também. E foi aquela mesma coisa, de me agradar, de querer ser legal comigo, de brincar. Um pouco depois encontrei com a mãe. Novamente, outra festa. Eu acho que eu nunca fui tão bem recebida e tão bem tratada nem por pessoas que são consideradas realmente da minha família. 


Minha mãe foi comigo no chá. E nem ela esperava tanto, ela ficou pasma com o jeito e a intimidade que eu tenho com eles. Nem ela imaginou que fosse tanta. Quando viemos embora ela me disse: agora eu sei porque você sente tanta falta da família dele. Chegou em casa e a primeira coisa que fez foi correr contar pro meu pai como os pais do meu ex me tratam como filha, como ficaram felizes em me ver e como falaram bem de mim pra ela. Mãe é assim né, adora exibir os filhos. E a minha, não ia ser diferente.


O fato é que a mãe dele me disse tantas coisas bonitas que meu coração chegou a doer. O quanto ela sente minha falta, o quanto gosta de mim, o amor que eles sentem. Como foi difícil pra eles também, chegar os finais de semana e eu não estar lá. E que até hoje, o ano novo na praia traz aquela tristezinha de saber que eu não estou lá, no meu cantinho. O que mais doeu, foi saber que é exatamente assim que eu me sinto com relação a eles. Ver que é algo tão recíproco, tão bonito. 


É claro que isso é uma coisa boa. Saber que eu gosto tanto daquela família e que ela também sente o mesmo por mim. A unica parte ruim de tudo isso é a torcida. A torcida enorme que as famílias fazem para que a gente volte, para que tudo dê certo e a convicção de que nós, no fim, ainda vamos nos casar. Ser apresentada como "a norinha" pra todo mundo, ter que ouvir de novo toda a história do término e suas possíveis hipóteses. E o melhor de tudo, o final "você decide"! Cada um com seu jeitinho de terminar a história. 


A verdade é que eu não vejo mais futuro nisso. E sei que não é isso que eu quero pra mim. Eu cheguei até a brincar que eles podiam ter outro filho que assim eu tentava permanecer na família! Mas aquele amor todo que eu sentia pelo ex, realmente sumiu. E chega a ser um pouco triste você pensar nessa 2ª família. Eu queria muito que tudo tivesse sido diferente. Mas não foi. E não vai ser mais. Porque eu mesma já não quero mais que seja. Quero que seja assim, do jeito que é... Mas ainda assim, eu queria aquela família pra mim! Só de pensar em começar tudo de novo com outra família me da desespero. 


Definitivamente, eu amo aquela família. E ao sentir o carinho que eles também tem por mim, doeu. Mas doeu de saudade, de vontade de ter eles pra sempre aqui! E quem disse que precisa ser diferente? Eles vão ser pra sempre minha outra família, mesmo com todas essas mudanças que já aconteceram e continuam acontecendo. De qualquer forma, eles sempre estiveram aqui, e eu espero que continuem por muitos e mais muitos infinitos anos.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Ainda temos muito o que aprender;

Chorar não resolve, falar pouco é uma virtude, aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoísmo e o que não mata com certeza fortalece. As vezes mudar é preciso, nem tudo vai ser como você quer, a vida continua. Pra qualquer escolha se segue alguma conseqüência, vontades efêmeras não valem a pena, quem faz uma vez não faz duas necessariamente, mas quem faz dez, com certeza faz onze. Essa história de que é melhor acordar arrependido do que dormir com vontade é mentira! Perdoar é nobre, esquecer é quase impossível. Nem todo mundo é tão legal assim, e de perto ninguém é normal. Quem te merece não te faz chorar, quem gosta cuida, o que está no passado tem motivos para não fazer parte do seu presente, não é preciso perder pra aprender a dar valor e os amigos ainda se contam nos dedos. Aos poucos você percebe o que vale a pena, o que se deve guardar pro resto da vida, e o que nunca deveria ter entrado nela. Não tem como esconder a verdade, nem tem como enterrar o passado. O tempo sempre vai ser o melhor remédio, mas seus resultados nem sempre são imediatos.


{ Charles Chaplin }

sábado, 4 de dezembro de 2010

Expectativas;

" Não crie expectativas, é melhor você se surpreender do que se decepcionar! "

Tem como não se frustrar com algo? Existe receita certa para que as coisas passem despercebidas e você nem se importe? Pois é, se existe, como todos devem ter notado, eu não conheço. O fato é que erramos ao criar expectativas demais.


Tudo bem, eu sei mais do que qualquer pessoa, que é praticamente impossível não criar expectativa. Você fica feliz com uma coisa, começa a torcer pra dar certo, para que realmente aconteça e quando vê, já esta totalmente dominado por diversas delas. O ruim de tudo isso é que a gente nunca sabe o que o futuro nos reserva, e colocar confiança demais em cima de algo é pedir para bater com a cara na parede. No meu caso, significa mais do que simplesmente "bater a cara na parede", eu acabo me espatifando na parede a uma velocidade de 200km/h no mínimo. Com o tempo a gente vai aprendendo e regulando essa velocidade, mas não significa que, ainda assim, você consiga evitar de dar pelo menos uma cabeçada no muro. E ainda assim, dói. Na verdade, depois de um tempo não dói mais. Mas frustra. Frustra e chateia.


Não sei nem qual seria a palavra correta para descrever esse sentimento. Acaba se tornando aquela coisa de: de novo isso? Okay, okay, bola pra frente. Mas sempre fica aquela perguntinha básica: até quando? Todas as vezes que eu criar expectativa vou me frustrar?

Colocar o carro na frente dos bois (como diria minha vó) nunca resulta em coisa boa. Mas depois que o "acidente" já ocorreu, como sair dessa? Sei lá, pra mim restam duas saídas: se afastar do "objeto frustrante" ou fingir que não tem nada acontecendo e ir levando. O fato é que depois que eu me frustro com algo, fica difícil fingir que não tem nada acontecendo. Eu mudo, minha empolgação cai em 500%, fica praticamente estampado na minha testa que algo mudou. Não precisa ser muito inteligente pra notar! 

Ai eu fico naquela situação em que não sei o que fazer, mas minhas atitudes vão fazendo por si. Porque, embora eu diga que esta tudo bem, meu comportamento demonstra que tem algo errado. E eu odeio ser assim, tão explicita. Uma amiga me disse uma vez que quando tudo começa dando errado, o jeito é encarar os fatos e ir dormir. Eu não sou a pessoa mais normal do mundo, e eu passo horas do meu dia conversando comigo mesma. O problema é que na maioria das vezes nem eu entendo uma só palavra do que estou dizendo. 


Algumas vezes eu finjo que acredito na mentira, mas conheço muito bem a verdade. Por isso, cuidado. No momento em que eu achar propicio vou acabar usando isso a meu favor, e por ser pego de surpresa, você acaba ficando sem resposta. Eu sou a pessoa mais contraditória do mundo. É tão estranho ter algo pra fugir de tudo e, de repente, precisar principalmente fugir desse algo. Mas chega um momento em que a gente simplesmente muda. O coração começa a fazer outras escolhas, e decide mudar o caminho. É a lei da vida. Com relação a relacionamentos é praticamente a mesma coisa, eu não quero o homem perfeito que eu idealizei não, eu só quero um homem de verdade. Acho que isso basta. Será que isso é criar expectativa demais?


Esse post na verdade era um post antigo. Mas eu resolvi postar hoje porque estou me sentindo a pessoa mais mimimi do mundo. Ontem em um barzinho, me disseram que só de me olhar da pra notar que eu sou muito pé atrás e muito desconfiada. E que isso, na verdade, é uma coisa boa... porque o mundo hoje em dia tá complicado demais! Foi uma conversa longa, longa e reflexiva. Por mais que eu saiba que eu realmente sou assim, tem horas que eu me sinto a pessoa mais inocente do planeta. Eu desconfio e procuro pretexto em tudo, mas depois que surge a primeira expectativa, tudo muda.
E isso é tão contraditório quanto eu sou. Porque se você é desconfiada e pé atrás, não tem como você viver criando expectativas. Mas eu crio! E no momento, estou cheia delas. Tá, eu confesso! Esse era pra ser um post diferente, mas eu fui picada pelo bichinho do ciúmes hoje, então acabei mudando o foco. 

" Pessoas são interessantes só na minha imaginação. no momento que elas passam a ter vida própria sinto vontade de jogá-las pela minha janela. "