' Falta tanta coisa na minha janela como uma praia, falta tanta coisa na memória como o rosto dele*, falta tanto tempo no relógio quanto uma semana, sobra tanta falta de paciência que me desespero. Sobram tantas meias-verdades que guardo pra mim mesma*, sobram tantos medos que nem me protejo mais, sobra tanto espaço dentro do abraço, falta tanta coisa pra dizer que nunca consigo..

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

É fácil amar o outro na mesa de bar,

quando o papo é leve, o riso é farto, e o chopp é gelado. É fácil amar o outro nas férias de verão, no churrasco de domingo, nas festas agendadas no calendário, quando se vê de vez em quando. Difícil é amar quando o outro desaba. Quando não acredita em mais nada. E entende tudo errado. E paralisa. E perde o encanto, perde o charme. O prazo. A identidade. A coerência. O rebolado. Nessas horas é que se vê o verdadeiro amor, aquele que é companheiro, que quer o bem acima de qualquer coisa. E é esse o amor que vale a pena, que dura pra sempre. Na verdade, acredito que esse seja o único que, verdadeiramente, possa ser chamado de AMOR!


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Não se concentre tanto nas minhas variações de humor,

apenas insista em mim. Se eu calar, me encha de palavras, me faça querer dizer outra e outra vez sobre você, sobre nós, e todo esse amor. Se eu chorar, não me faça muitas perguntas, não precisa nem secar minhas lágrimas. Só me diz que você continuará comigo pra tudo, que tenho teu colo e teu carinho. E ainda que te doa me ver assim, me envolva nos teus braços e diga que eu posso chorar, mas que você não sairá dali enquanto eu não sorrir. Porque é isso que nos importa, não é? O sorriso um do outro.



- Caio F Abreu

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Eu te amei muito.

Nunca disse, como você também não disse, mas acho que você soube. Pena que as grandes e as cucas confusas não saibam amar. Pena também que a gente se envergonhe de dizer, a gente não devia ter vergonha do que é bonito. Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas — se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim.


- Caio F. Abreu.

domingo, 13 de novembro de 2011

Poderíamos casar,

teríamos um apartamento, tomaríamos café as cinco da tarde, discordaríamos quanto a cor das cortinas, não arrumaríamos a cama diariamente, a geladeira seria repleta de congelados e coca-cola, o armário, de porcarias, adiaríamos o despertador umas trinta vezes, sentaríamos na sala de pijama e pantufas, sairíamos pra jantar em dia de chuva e chegaríamos encharcados, nos beijaríamos no meio de alguma frase, você pegaria no sono com a mão no meu cabelo e eu, escutando sua respiração. Eu riria sem motivo e você perguntaria porque, eu não responderia, não seria preciso... nós saberíamos.


sábado, 12 de novembro de 2011

Mimimi;

Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos, todos os carinhos, todas as atenções. Quero colo, quero beijo, quero cafuné, abraço apertado, mensagem na madrugada, quero flores, quero doces, quero música, vento, cheiros, quero parar de me doar e começar a receber. Sabe, eu acho que não sei fechar ciclos, colocar pontos finais. Comigo são sempre vírgulas, aspas, reticências. Eu vou gostando, eu vou cuidando, eu vou desculpando, eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando, eu vou… e continuo indo, assim, desse jeito, sem virar páginas, sem colocar pontos, dando muito de mim, e aceitando o pouquinho que os outros tem para me dar.




quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Términos;

‎A data de aniversário dele forma os dígitos da sua senha do cartão de crédito. Seu pijama favorito é aquela camiseta velha, do dobro do seu tamanho, que ele esqueceu na sua casa. Você tem guardado na sua memória olfativa o cheiro do pescoço dele, e consegue evocá-lo várias vezes ao dia quando a saudade bate. O jeito como afina o violão, como estaciona o carro, como mistura as proporções de leite com café, mostarda e ketchup, você usurpou dele. Aquele livro, inspiração pra vida, foi ele que te presenteou. Aquela banda que não sai mais do seu iPod, foi ele que te apresentou. Aquele filme que você se esvaiu de chorar as 13 vezes que assistiu, foi ele que baixou no seu computador. Tudo o que você quer dizer ele consegue capturar com um olhar. O jeito como você transa, como se esparrama na cama ao seu lado depois de um orgasmo, como derruba levemente a cabeça para a direta enquanto o beija, como se aproveita para apoiar no espacinho entre o ombro e o pescoço dele quando o abraça levemente embriagada é ele, é tudo ele. É tudo dele. Aí, um dia, o seu relacionamento termina, e tudo o que você tinha como chão se desaba. Quando isso acontece, a gente tenta se livrar do ex com a mesma aspereza de quem pisa numa bituca de cigarro. Espera esquecer suas lembranças jogando fora aquela caixa cheia de tickets de cinema e ingressos de shows que vocês viram juntos, também se livra daquela rosa, já seca, que ele te deu quando você foi conhecer os pais dele, e daquele chumacinho de cabelo que você tinha guardado quando ele raspou a cabeça ao entrar na faculdade. Rasga todas as fotos em que ele está presente. Queima todas os cartões, bilhetes, post-its, recados em folha de caderno e papel de bombom que possuem a caligrafia dele. Despacha todos os CDs e DVDs que ele tinha te “emprestado”. Deleta o número do telefone de seus contatos, exclui do facebook, bloqueia no twitter, coloca o email dele na lista de spam. Na maioria das vezes é assim. Eliminamos aquela pessoa de nossas vidas para que com ela partam junto todas as dores e memórias ruins daquele relacionamento. Tentamos nos livrar dele, tirá-lo de nosso corpo, pra nos livrarmos do sofrimento de ter que conviver com a sua ausência. Nenhum término é fácil. É claro que precisamos passar por todas as fases do luto, negar, xingar, ficar com raiva, se deprimir para aí então superá-lo. Mas acredito que pessoas (aquelas que são importantes mesmo) não são descartáveis. Não vejo sentindo em extinguir bruscamente uma pessoa que foi tão significativa, que ajudou a construir quem você é, como se riscasse um item de uma lista de compras. Muitas vezes não conseguimos nos desfazer de um vestido velho que não usamos mais, porém, na maioria das vezes, quando um relacionamento acaba rejeitamos o ex de vez da nossa vida. Queremos tirá-lo do nosso coração, mas acontece que quando se elimina alguém assim tão marcante de nossas vidas, um pedacinho nosso vai embora junto com essa pessoa. É claro que não dá pra manter o contato com o ex da noite para o dia. Bancar o “amigo” só para ficar por perto esperando o momento de uma recaída: isso é autoenganação, é autoflagelo, é confundir ainda mais os sentimentos de uma relação já desgastada. É preciso de um tempo para acalmar o coração, para separar passado de presente, para o seu cérebro entender que aquela chavinha de liga/desliga da paixão está em mode off pra tal pessoa. Todo fim precisa ser aceito (por ambas as partes) em nome de uma amizade. Acredito que sentimentos tão fortes – como o amor – não somem assim do nada. Eles sublimam, se transformam. Podem até se transformar em raiva por determinado tempo, mas acho que isso é passageiro. Quando a gente ama/amou alguém, a gente se importa, e isso nunca muda. 


terça-feira, 8 de novembro de 2011

De alguma forma eu sabia que seria amor.

Eu não sei, mas acho que a gente olha e pensa: “Quero pra mim”. Mas dá um frio na barriga, um tremor, um medo de depender de alguém, de sofrer, de escolher errado, de lutar por algo que não vale a pena. Porque o coração nem sempre é mocinho, as vezes ele também gosta de pregar peças, sei lá, talvez queira provar que também sabe ser vilão. Foi por isso que corri, tentei fugir, mas quando tem que ser, não adianta, será. E olha só, passei tanto tempo fugindo de um alguém que hoje sofro por não ser totalmente meu. Agora me diz, por quê? 


 - Caio F Abreu.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Eu e você;

daqui a alguns anos, morando juntos. Não precisaríamos nem ser namorados, nem casados, nem nada disso. Apenas amigos. E nós seriamos felizes, eu e você. Fotos de nós dois estariam espalhadas pela casa. Fotos suas no meu quarto, fotos minhas no seu quarto. Mas nós dormiríamos juntos. Pelo simples fato de eu te querer por perto, e você me querer também. Pelo simples fato do seu quarto estar bagunçado demais e a minha cama ser perfeita para nós dois. Eu teria medo do escuro, sem você. E eu andaria apenas com roupas íntimas, e você fingiria não se importar. E eu fingiria acreditar. Eu fugiria de você, correndo pela casa, rindo, com o controle da televisão, só pra você não mudar o canal. E você me pegaria, e ficaríamos abraçados até o silêncio nos constranger. Nossos sábados a noite seriam nostálgicos, olharíamos todos tipos de filme, atiraríamos pipocas um no outro e pediríamos uma pizza. Nostálgicos e perfeitos, porque depois dormiríamos abraçados, no sofá da sala, ao som da melodia dos créditos de um filme de romance em que eu choraria do começo ao fim, e você riria de mim e comigo.


Iríamos ao supermercado uma vez por mês, comprar as mais diversas porcarias. E não nos faltaria nada. Você não se importaria com as minhas roupas espalhadas pela casa e pelo seu quarto. Eu não me importaria com a sua bagunça diária, nem com a sua toalha de banho atirada pelos cantos. Nos domingos à tarde, ficaríamos na sacada do nosso apartamentinho no 3º andar, tomando coca e cantando músicas velhas. Olharíamos as pessoas lá em baixo, casais apaixonados, e ficaríamos em silêncio, perdidos nos nossos próprios pensamentos. Suas amigas viriam te visitar, e eu choraria em silêncio, no escuro do meu quarto. Até elas irem embora e você ir dormir comigo, e perguntar se chorei. Eu negaria. Você acreditaria. Quando eu saísse com meus outros amigos você ia odiar. Mas também ia negar. Me acordaria no meio da noite, para contar um sonho que teve. E nós riríamos juntos. Me acordaria com café na cama, ou com uma rosa roubada do jardim da casa vizinha. Eu deixaria um recado sutil na porta da geladeira antes de sair na segunda de manhã para visitar meus pais. Poderíamos até ter um cachorro. Poderíamos juntos, levar ele para passear. E você decidiria pintar a casa, e ela ficaria vazia, apenas com nós dois e nosso cachorro. Deitaríamos no chão, e eu perguntaria em que você estaria pensando. Você mentiria e me perguntaria o mesmo. Eu também mentiria. Eu iria para a universidade todo dia de manhã, enquanto você ia para seu trabalho de meio turno em uma empresa de sucesso. Você me amaria, em silêncio. Eu também te amaria, em silêncio. Em alguns anos, eu estaria me formando, e você estaria no topo da carreira. Então, em um dia qualquer você me levaria pra jantar decidido a me pedir em casamento. E eu com certeza aceitaria!




sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Intensidade;

Ninguém nunca me viu tão nua e transparente como você, ninguém nunca soube do meu medo de nadar em lugares muito profundos, de amar demais, de se perder um pouco de tanto amar, de não ser boa o suficiente. Só ele viu meu corpo de verdade, minha alma de verdade, meu prazer de verdade, meu choro baixinho embaixo da coberta com medo de não ser bonita e inteligente. Só para ele eu me desmontei inteira porque confiei que ele me amaria mesmo eu sendo desfigurada, intensa e verdadeira, como um quadro do Picasso.


quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Você é um idiota.

É um babaca cretino e sabe disso. Você frustra todas as expectativas que eu já tive em relação à alguém pra mim. E mesmo assim é em você que eu penso, é de você que eu gosto, é pra você que eu volto sempre. 


- Caio F Abreu.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Depois eles voltaram para a cama,

e ele a puxou para bem perto, feliz por estar simplesmente abraçado a ela. Quando ela pegou no sono em seus braços, ele observou-a enquando dormia. De vez em quando ele tirava o cabelo de seus olhos, revivendo a noite, lembrando de todos os detalhes, e sabendo no fundo do coração que havia encontrado a mulher com quem queria passar o resto de sua vida.


 - Nicholas Sparks.