' Falta tanta coisa na minha janela como uma praia, falta tanta coisa na memória como o rosto dele*, falta tanto tempo no relógio quanto uma semana, sobra tanta falta de paciência que me desespero. Sobram tantas meias-verdades que guardo pra mim mesma*, sobram tantos medos que nem me protejo mais, sobra tanto espaço dentro do abraço, falta tanta coisa pra dizer que nunca consigo..

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Melhor amigo e a vida adulta;

Falar em “melhor amigo” depois dos 15 anos, pode [...]? 

Na idade em que me encontro pode-se falar, sem problemas, em chefe, IPVA, rodízio- de veículos e de carne- chá de cozinha, relatório, afilhado, celulite, bônus, contas a pagar, paquera, risoto, cachaça. 
Mas será que a expressão “melhor amigo” não deveria ter ficado no passado, na mesma época em que deixamos palavras como recreio, ficante, fichário, matinê, branquinho, grafite 0,6, cantina, lição de casa, 1ºB? 
Deveríamos, então, para ser pessoas maduras, ter padronizado as relações, chamando todos simplesmente de “amigo”, diferenciando, no máximo, aqueles que são meros colegas? 
Se for assim, peço licença para renunciar à minha maturidade.
“Melhor amigo” e “melhor amiga” não saem do meu vocabulário nem sob tortura. 
Amigos são uma maravilha. Indispensáveis. O tempero da vida. 
Mas, sejamos justos: alguns amigos não podem ser apenas mais uma pessoa querida na lista da nossa vida. Alguns precisam de destaque. Merecem um posto privilegiado. Um título de honra, acima do bem e do mal. 
Porque quando a gente se refere a eles para um estranho, é preciso dizer “melhor amigo” para colocá-los no seu devido lugar. Eles não são iguais aos outros, por melhores que os outros sejam. 
Porque amigo é quem diz “te ajudo a resolver isso” e melhor amigo diz “vamos resolver isso”. 
Porque amigo vai estar lá quando você chamar. Melhor amigo vem sem você pedir. 
Porque amigo te ouve. Melhor amigo te lê. 
Porque pra amigo você conta. Melhor amigo já sabe. 
Porque a gente tem um amigo que é o melhor para conversar sobre trabalho. Outro sobre livros. Outro sobre dinheiro. Outro sobre viagens. Mas sobre a nossa vida, nossos rumos e decisões, sobre o que realmente importa… É ele. Não tem outro. 
E não importa se vocês seguiram rumos completamente diferentes: um casou e outro vive na piriguetagem, um trabalha no mercado financeiro e o outro faz doutorado sobre libélulas, um mora em Osasco e o outro em Berlim. Não importa. Existe uma identidade que nenhuma mudança da vida pode abalar. 
É um afeto consolidado, imune a tempestades e ventanias. E acima de tudo: imune ao tempo. 
Melhor amigo é uma das poucas coisas da vida que não tem medo do tempo. As paixões têm medo do tempo, as carreiras também, assim com as peles e os sonhos. Mas, se é melhor amigo, é completamente atemporal. 
E estar com ele é como voltar a estar com aquilo que somos de verdade. É quando estamos despidos de qualquer máscara que o dia a dia nos impõe e que, por vezes, esquecemos de tirar ao chegar em casa. 
Lembra do anjinho da consciência? É o melhor amigo. E o diabinho da consciência? Também. Melhor amigo é aquele que já é, inevitavelmente, a gente também. É a personificação do quão difícil é, por vezes, identificar a linha tênue que separa o “eu” do “outro”. 
E nem sempre o melhor amigo é um só. Tem o melhor amigo de infância, de faculdade, do trabalho, do bairro. Não importa. Se recebe o título de “melhor amigo”, é porque é O CARA. Não tem discussão. 
E, se para ser um verdadeiro adulto, é preciso abrir mão disso, que é mais do que uma mera expressão, é uma condição de vida, aqui estou eu, do alto de toda minha imaturidade para falar, de peito aberto, sem nenhum constrangimento, que nos meus melhores amigos, vida adulta nenhuma vai poder mexer. São irredutíveis, inegociáveis, inabaláveis. São a infantilidade escancarada da qual vou sempre me orgulhar.




quinta-feira, 11 de junho de 2015

Ela é o melhor de você;

Existem aproximadamente 7 bilhões de pessoas no planeta. 
Hoje em dia com a tecnologia você pode conversar com alguém de outra cidade ou da China. 

Você pode sair, curtir e fazer sexo todos os dias. 
Nessa vida de diversão e alegria é fácil encontrar qualquer uma para passar o dia. 

Mas me responda uma coisa. 

Quantas pessoas nesse mundo vão ficar ao seu lado quando você estiver desempregado, sem dinheiro e quebrado? 
Quando você estiver doente e cada osso e cada músculo do seu corpo gritar de agonia, quantas pessoas nesse mundo você acha que ficariam ao seu lado para segurar a sua mão todos os dias? 
Quando você chegar em casa cansado, puto com o chefe e estressado com o trabalho, quantas pessoas nesse mundo você acha que escutariam todo seu desabafo e no final ainda te daria um abraço? 
Quando você estiver no escuro com o coração partido e perdido quantas pessoas nesse mundo você acha que pediriam para uma estrela iluminar o seu caminho? 
Que vão aceitar os seus problemas de menino?

[...]

Quantas pessoas nesse mundo você acha que contam os segundos para ficar ao seu lado nem que seja por um minuto? 
Que não vão ter medo da rotina que é viver com você todos os dias? 
Que vão desejar a sua amizade e te chamar pra tomar um sorvete no fim da tarde? 
Que vão deixar o orgulho e a vaidade de lado e pedirem desculpas quando fizerem algo errado? 
Que vão guardar o seu maior segredo e realizar o seu último desejo? 
Quantas pessoas nesse mundo vão dormir ao seu lado e acordar com um sorriso no rosto? 
Quantas pessoas nesse mundo vão te fazer sorrir mesmo quando você estiver triste? 
Quantas pessoas nesse mundo vão fazer a sua perna tremer e o seu coração parar de bater? 

Meu velho, se você olhar bem de perto, você vai entender. 
Lá vou eu te dizer, o que todo mundo já sabe.

Se você tiver sorte vai encontrar apenas uma pessoa que despertará o melhor de você. 
E quando isso acontecer não a trate como qualquer uma. 
Trate-a como única. 

  [...]

 http://www.thebrocode.com.br/artigo-291-ela-e-o-melhor-de-voce/

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Me olha nos olhos..

.. e me puxa pela cintura enquanto uma de suas mãos aperta a minha nuca. Aproxima o seu rosto do meu e me beija como se fosse a primeira e a ultima vez. Me leva pra qualquer lugar só por me levar, a nossa companhia é mais importante do que o destino. Me abraça enquanto diz ao pé do ouvido tudo aquilo que sempre quis e teve receio de dizer. Dança comigo mesmo não sabendo os passos e com a certeza de que eu também não faço ideia de como dançar. Que a gente cante uma música junto no carro sem ao menos conhecer a letra direito. Ria e me faça rir de tudo isso. Saiba diferenciar a hora de segurar a minha mão e a hora de puxar o meu cabelo, daquele jeito meio pro lado, assumindo todo o controle.

Compreenda que não preciso de presentes caros e demonstrações públicas de afeto, prefiro um café na cama num dia qualquer, uma conversa gostosa às 4 da manhã e um bilhetinho surpresa dentro da bolsa. Quando eu não estiver tão alegre me mostre com um simples toque que a vida é boa e melhorou nesse exato momento.

Me leva pra casa e se despeça com um beijo demorado ao invés de um selinho, diga "até amanhã" para reforçar que no dia seguinte ainda estaremos juntos mesmo que isso não signifique que estaremos perto. Estude, trabalhe, saia com seus amigos pra tomar uma, duas, três ou até perder as contas. Mas, me manda mensagem de madrugada ou de manhã só pra dizer qualquer coisa besta que se pareça com um "Tô com saudade de você". Te darei espaço e você também dará o meu para que quando nos encontrarmos, espaço algum exista entre nossos corpos e mentes.

Sinta vontade de me contar sobre suas conquistas e seus fracassos, se abra pra mim, mesmo que isso aconteça bem devagar e aos pouquinhos. Eu espero pacientemente e te ajudo a tirar cada peça até nos despirmos completamente e chegarmos aquilo que verdadeiramente somos. Que eu seja aquela que você diz coisas que não pode dizer aos seus amigos homens porque eles não entenderiam ou ririam de você.

Não precisa reparar em detalhezinhos insignificantes como os quatro dedos que cortei do meu cabelo, mas, quando for me buscar me olhe como quem se pergunta "Como você pode estar ainda mais linda que da última vez?". Também não precisa recordar de todas as datas, porém, quando ver um casal de muitos anos na rua, lembre-se da gente e dê um sorriso bobo. Qua haja algumas semelhanças nos nossos ideias, mas, por favor, não seja igual a mim. Que tenhamos opinião própria e gostos diferentes, pois, assim um mostra coisas novas pro outro e soma, acrescenta, cresce... E constrói... Um relacionamento baseado no respeito, que é muito mais forte e bonito do que o motivado por similaridades. 


Vá com calma enquanto o resto do mundo me pedir pressa, seja meu sossego. Goste de me ouvir falar e aprecie também os silêncios ao meu lado. Não fale sempre tudo que eu quiser ouvir, não faça só o que eu esperar, não preencha pré-requisitos nem se preocupe em atendes expectativas minhas. Mude minhas perspectivas, não seja quem eu sempre sonhei. Me ensine que o cara ideal não é aquele que a gente cria nos nossos sonhos e sim aquele que consegue ser ele mesmo..

E ainda assim, respeitar você!

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Obrigada!

Te encontrava em todos os cômodos, em todos os cantos. Nos pares de meia largados no chão, tão sem combinação quanto eu. Largados, amassados, sujos e esquecidos, e não existiria metáfora melhor para falar de mim neste momento. 

- Doutora, isso passa? 
- Nem tudo passa. 

E foi um baque descobrir que tem ferida que abre e corta tanto que leva um pedaço da gente, tem ferida de todo tipo e tanta gente ferida por baixo da roupa que nem dá pra perceber quando se esbarra numa delas pela rua. 

Eu tava meio despedaçada. Desesperada mesmo. Numa loucura indigna, mas com um quê de drama-psicológico que me faltou ar. Me faltou ar por conta da pressão e da altitude. Achava que tudo na vida passava e foi um baque, como já disse, quando soube que a dor tinha estacionado. Parado bem na minha frente e me atingido numa baliza perfeita. Nem deu tempo de me despedir quando saía do chão e engolia poeira. 

- Doutora, adianta anotar a placa do veículo? 

Você foi aquela quase-coisa-que-deu-certo, sabe? Que me prende no “e se…”, que eu nunca vou saber porque foi feita uma escolha voluntária e acabou. Aquele meu quase-amor que dói mais do que se tivesse sido, porque me arrancou de mim. E você não me segurava, e me dizia com todas as letras que eu não era a ultima mulher do mundo, e que podia ir embora se quisesse. 

Será que a gente aprende a dirigir outra vez? Digo, não no sentido literal da coisa. Mas quanto tempo demora pra passar algo que não passa? Pra sempre é tempo demais, mesmo que tivessem me cortado o acelerador e eu tivesse que empurrar o carro. 

No fundo, eu entendi que era tudo uma questão de visão: não tem “e se…”, porque você foi. Sem prestar condicionalidade ou oferecer proposta. Você foi e pronto, acabou. A gente é que tem essa mania de estender a história pra tentar se sentir bem depois que é abandonado. Pra encher a cabeça e fingir que ainda vive aquilo. Ou pior: pra provar que você nem sempre foi assim e que se importava, sim, comigo. Mesmo que tudo indique e negue isso. 

Daí eu retomo os fatos e me lembro, de novo, de você reclamar de eu nunca ter te agradecido. E vejo as faltas, vejo os lapsos, vejo como você nem me fazia tão bem assim. Vejo aquela dependência e me pergunto como eu podia considerar que era amor alguém que vai (embora) sem a menor consideração com você? Se não existiu consideração pelo que se viveu, se o outro já nem ligava. E eu lá vou me matar, me envenenar, me tratar com dó como se você merecesse isso? 

E eu, que sempre fui a mimada pra você, que nunca soube ser compreensiva, que sempre fui a egoísta. Eu que recebi tantos tapas enquanto tentava te dar meus braços. Que passei por cima de tanta coisa, pra ter você aqui. As noites mal dormidas enquanto lutava pra trancar o teu fantasma aqui dentro (da casa e de mim), queria que você entendesse, queria que você ficasse, e não percebia o controverso estado em que estava. Se queria que tudo isso passasse, por que aprisionar uma projeção bonita de você que nunca existiu?

Foi bem melhor pra mim. 
E agora eu agradeço pela melhor coisa que você fez por mim: obrigada (por ter me deixado).


quinta-feira, 30 de abril de 2015

A triste geração que virou escrava da própria carreira;


E a juventude vai escoando entre os dedos. 

Era uma vez uma geração que se achava muito livre. 

Tinha pena dos avós, que casaram cedo e nunca viajaram para a Europa. 
Tinha pena dos pais, que tiveram que camelar em empreguinhos ingratos e suar muitas camisas para pagar o aluguel, a escola e as viagens em família para pousadas no interior. 
Tinha pena de todos os que não falavam inglês fluentemente. 

Era uma vez uma geração que crescia quase bilíngue. 
Depois vinham noções de francês, italiano, espanhol, alemão, mandarim. 

Frequentou as melhores escolas. 
Entrou nas melhores faculdades. 
Passou no processo seletivo dos melhores estágios. 
Foram efetivados. 
Ficaram orgulhosos, com razão. 

E veio pós, especialização, mestrado, MBA. Os diplomas foram subindo pelas paredes. 

Era uma vez uma geração que aos 20 ganhava o que não precisava. 
Aos 25 ganhava o que os pais ganharam aos 45. 
Aos 30 ganhava o que os pais ganharam na vida toda. 
Aos 35 ganhava o que os pais nunca sonharam ganhar. 

Ninguém podia os deter. 

A experiência crescia diariamente, a carreira era meteórica, a conta bancária estava cada dia mais bonita. 
O problema era que o auge estava cada vez mais longe. 
A meta estava cada vez mais distante. 
Algo como o burro que persegue a cenoura ou o cão que corre atrás do próprio rabo. 

O problema era uma nebulosa na qual já não se podia distinguir o que era meta, o que era sonho, o que era gana, o que era ambição, o que era ganância, o que necessário e o que era vício. 

O dinheiro que estava na conta dava para muitas viagens. 
Dava para visitar aquele amigo querido que estava em Barcelona. 
Dava para realizar o sonho de conhecer a Tailândia. 
Dava para voar bem alto. 
Mas, sabe como é, né? 
Prioridades. 
Acabavam sempre ficando ao invés de sempre ir. 

Essa geração tentava se convencer de que podia comprar saúde em caixinhas. 
Chegava a acreditar que uma hora de corrida podia mesmo compensar todo o dano que fazia diariamente ao próprio corpo. 

Aos 20: ibuprofeno. 
Aos 25: omeprazol. 
Aos 30: rivotril. 
Aos 35: stent. 

Uma estranha geração que tomava café para ficar acordada e comprimidos para dormir. 

Oscilavam entre o sim e o não. 
Você dá conta? Sim. 
Cumpre o prazo? Sim. 
Chega mais cedo? Sim. 
Sai mais tarde? Sim. 
Quer se destacar na equipe? Sim. 

Mas para a vida, costumava ser não: 

Aos 20 eles não conseguiram estudar para as provas da faculdade porque o estágio demandava muito. 
Aos 25 eles não foram morar fora porque havia uma perspectiva muito boa de promoção na empresa. 
Aos 30 eles não foram no aniversário de um velho amigo porque ficaram até as 2 da manhã no escritório.
Aos 35 eles não viram o filho andar pela primeira vez. Quando chegavam, ele já tinha dormido, quando saíam ele não tinha acordado. 

Às vezes, choravam no carro e, descuidadamente começavam a se perguntar se a vida dos pais e dos avós tinha sido mesmo tão ruim como parecia. 
Por um instante, chegavam a pensar que talvez uma casinha pequena, um carro popular dividido entre o casal e férias em um hotel fazenda pudessem fazer algum sentido. 

Mas não dava mais tempo

Já eram escravos do câmbio automático, do vinho francês, dos resorts, das imagens, das expectativas da empresa, dos olhares curiosos dos “amigos”. 

Era uma vez uma geração que se achava muito livre. 

Afinal tinha conhecimento, tinha poder, tinha os melhores cargos, tinha dinheiro. 
Só não tinha controle do próprio tempo. 
Só não via que os dias estavam passando. 
Só não percebia que a juventude estava escoando entre os dedos e que os bônus do final do ano não comprariam os anos de volta.

Era uma vez uma geração infeliz.
E eternamente insatisfeita.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Despedida;

Nós levamos um tempo até nos darmos conta. 
No fundo, vivemos por tentativas de querer viver aquilo por mais tempo. Abraçamos a menor das esperanças com a força que jamais imaginaríamos ter. Até aceitarmos os fatos da vida, vivemos pelas migalhas que ela dá. 

Não é sobre viver pelas pequenas coisas, é sobre viver pelas coisas pequenas; que são coisas não tão iguais assim.

Isso significa que a surpresa de um inexpressivo “oi, tudo bem?” no chat do Facebook, renovava todas as minhas energias. Parece que todas as partes ruins da história se tornam boas quando coisas assim acontecem. Em momentos como este, ignoramos toda e qualquer pessoa que nos chamar, se for uma nova proposta de emprego ela bem que pode esperar; à quem gostamos, não. Queremos estender aquele segundo até torná-lo eterno. Cavamos assuntos como se quiséssemos dizer: 

“Olha pra mim, eu sou interessante, nos damos tão bem, não desista do que somos, se é que somos! Nos deixa ser!”. 

Foi mais ou menos assim que eu me comportava em silêncio com você. Eu te mandava links de vídeos imaginando que poderia gostar, te marcava em fotos engraçadas e, rezando por sua atenção, comentava sobre as estreias do cinema. Eu assistia os seriados que você dizia gostar. Eu pararia o mundo se me pedisse pra parar. Hoje me pergunto se algum dia você percebeu como tentei te fazer especial na minha vida. Me pergunto se consegui te mostrar como queria muito mais que a sua companhia. E quando penso nisso fico feliz: é que eu sinto que fiz tudo o que eu podia, ainda que não tenha dado certo no fim como eu gostaria. 

É que uma coisa é dar certo, outra é dar certo como gostaríamos. 

Você não faz ideia de como eu me multiplicava em mil para estar à disposição para você. “Quer fazer alguma coisa?” era o tipo de pergunta que me fazia dirigir a 200km por hora pra te encontrar. Eu não queria perder nenhum segundo! Queria te ver logo, queria tão logo me ver nos seus olhos e sentir aquela coisa boa que eu sentia. Você não faz ideia da quantidade de batidas que o meu coração dava quando a gente se encontrava – era a minha batida perfeita. O celular gritava com diversas notificações, mas para mim nada importava. Eu demorava para escolher uma roupa boa para te acompanhar. Demorava para me arrumar e ficava preocupado em você se cansar de me esperar. Demorava tanto em me preparar porque eu queria que tudo fosse o mais perfeito, já que eu não sabia quando nos veríamos outra vez. Demorei tanto dedicando tempo para você que hoje entendo a demora que levei para começar a te esquecer. Eu nunca fui de viver as coisas no meio termo, mergulho de cabeça até nas notificações de mensagens lidas e não respondidas. Consciente dos lados bons e ruins, sou e sempre serei assim: profundamente coração


Só que hoje eu quero te ver partir. Hoje é a última vez que eu me permito reviver coisas que nem chegamos a viver direito. Quero que hoje seja a última vez que eu vou dedicar parte da minha vida em pensar na parte dela que você estava. Levei um tempo para aceitar a sua partida, mas agora eu não imagino mais nem a sua visita. O assunto central aqui é a minha certeza de que o melhor lugar para você estar na minha vida é fora dela. Já aceitei minhas tentativas, valorizei minhas investidas e continuo apaixonado pelas minhas esperanças, mas cada umas dessas coisas eu não quero mais dedicar para você. 

Não te desejo mal, só não te desejo mais. Vou seguir vivendo como vivia antes de você aparecer, afinal, antes de você eu já sorria. Vou seguir ansioso por bons dias, empolgado com as pequenas coisas, mas sabendo diferenciá-las das coisas pequenas. É isso. Você já pode ir, eu também vou. Não quero falar sobre a nossa parte boa, pois o que me importa agora é a parte boa da vida que eu nem vivi ainda.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Era tarde da noite e eu não conseguia dormir.

Mais uma vez, me peguei pensando nela. Pegava o celular insistentemente a procura de uma mensagem, algo que me trouxesse um conforto, uma notícia que fosse.. 

Nada!

O problema não é ela ter namorado. 
Tínhamos uma relação bem amigável antes disso. E juro que eu entendo e respeito seu espaço, mas.. a quanto tempo não a vejo sorrindo? A quanto tempo não vejo aqueles enormes (e lindos) olhos brilhar?
  
Eu conheci aquela junção de "tudo que eu quero" em um dia tão aleatório e de uma maneira tão natural que de repente ela já tinha uma importância maior que pessoas que eu conhecia a anos. Os dias passavam e eu me perdia cada dia mais naquele sorriso, pensava sozinho como podia alguém ser tão completa de tudo o que a gente espera em outra pessoa? Nos damos tão bem, o sorriso dela desperta o meu e quando ela fala eu fico hipnotizado. Seu jeito meigo, sua personalidade, tudo parece ser perfeito demais pra ser verdade. Mas é! Cada detalhe nela é verdade, e não existe mais verdade que ela.

Eu fico imaginando por que raios ela não recebe flores, pessoas assim merecem flores, não merecem? Talvez chocolates, são mais baratos e fáceis de comprar, por que raios ela não os recebe? Surpresas, declarações, gentilezas? E cadê aquele amor bonito que todo mundo se enche de felicidade ao ver na rua? Por que será que ela não tem? Dormir com aquele receio de que eu seria esse cara, o cara que seria o namorado dela, o namorado que ela merece de verdade, que lhe faria sentir e viver verdadeiramente um amor. Minha índole não me permite atravessar a barreira da amizade, algo muito sem caráter eu acredito, não sou desses qualquer, mas nada me impede de desabafar. 


Eu só queria que ela pudesse ser feliz por completa, por que pessoas assim, perfeitas e tristes, machucam meu coração, de verdade. Eu só espero que um dia, esse cara consiga fazer e ser tudo isso que ela merece, e se não, quem sabe eu estarei por perto quando ele cair, pra poder dar um amor verdadeiro a ela.

Porque o sorriso dela ofusca as estrelas e ela não merece nada que tente apagar.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Por isso a gente acabou!

"Toma! Pega essa caixa com todas as suas coisas e vai embora." 


De todas as coisas mais bonitas que você podia ter sido na minha vida, você optou por ser apenas mais um. Não leve pro lado pessoal, você é uma boa pessoa. É um bom amigo, trabalhador e um cara família. As vezes, até demais. Quem me ver falar assim nunca vai entender porque eu terminei. Acontece, que as vezes, é preciso um pouco mais.

Lembro que quando te conheci, imaginei tudo diferente. Acreditei que você era exatamente aquilo que venho buscando por anos, talvez até mais do que eu merecesse. Doeu bastante quando percebi que estava errada. 

Não pense que não houve amor. É que, como tudo na vida, quando a gente deixa de regar, morre. E está morrendo, mas não tem mais forças pra sobreviver. Meu Deus, como doeu, e dói, mas estou acabando com isso agora. Ninguém merece passar a vida preso em tamanha dor. 

Não é você, é o mundo! As pessoas tem essa mania de não querer se envolver, não querer demonstrar, de se proteger até da sombra, deixando a vida, as pessoas e as oportunidades boas passarem despercebidas. 

Talvez você não entenda, mas durante todos esses anos eu me esforcei tudo que pude pra me contentar com o que me oferecia. E é essa parte que eu gostaria de explicar. Não estou sendo exigente, mimada ou egoísta. O problema foram todas as mágoas, todos os machucados, todas as cicatrizes. Marcas que você me deixou e o tempo não apagou. 

Não te culpo. O erro foi meu! Eu me iludi e acreditei que um dia as coisas mudariam. Acontece que, só muda quem quer, não quem é obrigado a mudar. E foi exatamente o que houve com a gente. Você mentiu, me machucou, me traiu de tantas formas possíveis que, mesmo sem uma confirmação de uma traição carnal, a dor deixada por todas as coisas ocorridas foi a mesma. Hoje, você fazer papel de amigo, é pouco.

Você ter batalhado pra crescer na vida, é pouco. E você se dedicar a sua família, é muito. Muito, porque nunca tive um terço dessa dedicação. Nunca tive prioridade. Meus sentimentos nunca tiveram importância, e embora você diga o oposto, atitudes provam mais que palavras. Perante tantas chances, tantas explicações, tantos manuais. Tudo o que você precisava fazer era deixar-se amar. E pelo contrário, você destruiu o que eu conhecia como amor.

Hoje, olho no espelho e não vejo mais aquele brilho. Vejo nossas fotos e percebo o quanto os sorrisos são forçados. Programo nossos finais de semana mais por obrigação do que por prazer. Olho pros casais felizes e penso: "até quando?". Perdi a intensidade, a crença no infinito, a fé nas pessoas e no amor. E se isso é amadurecer, me desculpe, mas preferia ter continuado criança. 

Sei que você vai me pintar como a pior pessoa do mundo. Aquela que não te entendia, não respeitava seu espaço, não reconhecia as coisas boas que você fazia, que era imatura, egoísta e tantas outras coisas. Você pode jogar a culpa na minha família, na minha criação e até nos meus ideais. Mas eu quero que fique bem claro que nunca te pedi nada demais. Só te pedi respeito. E quando você falhou, te pedi ajuda. Ajuda pra reconstruir o que perdemos com seus erros. Não era obrigação de ninguém, mas se você pensar bem, a responsabilidade maior era sua. 

Você não me deixou ir embora com novas chances e mil promessas, mas a cada tentativa, mais um erro, mais uma mágoa, mais uma promessa quebrada, mais um coração partido. E sinceramente, não dá pra ter alguém por inteiro quando a gente se dá pela metade.

Hoje, deitada ao seu lado, não consigo me sentir próxima. Não consigo olhar nos seus olhos. Não consigo dizer de coração cheio que te amo. Não consigo sentir conexão ou prazer em nossos momentos. Não consigo nem te dar um abraço sincero. 

Entendo você não querer se esforçar por mim. Entendo você achar que já faz muito. Entendo você deixar com que eu me sinta como se nunca tivesse representado nada na sua vida. Entendo você dizer que se esforça mesmo sem querer fazer o que é preciso. Entendo você deixar a desejar sempre que o assunto é amor. Não cuidar, não se abrir, não compartilhar, não vivenciar. E é por isso que, agora, eu preciso que você entenda: - Acabou! 

Vou sentir sua falta. 
Mas sinto muito mais falta de mim!

sexta-feira, 13 de março de 2015

Essa é uma carta de despedida.

Uma carta clichê como todas as outras, como – você sabe – eu não poderia deixar de ser. Seria ótimo se eu soubesse me despedir de uma maneira menos dramática e mais original, mas não deu. E esta carta é uma prova de que eu tenho aprendido a perceber – e aceitar – quando já não dá. 

Olha, na verdade esta não é uma carta tão clichê assim, porque eu não vou dizer que desejo que você seja feliz e saia por aí rodopiando entre as flores e que eu vou seguir também e tudo vai se arranjar. A gente conhece bem a vida real. Vai doer, pra mim e pra você. Vai doer a primeira noite de sábado, o primeiro filme, o primeiro aniversário de um amigo em comum – e os próximos, talvez. Eu vou sentir uma falta filha da puta da sua voz me dizendo pra parar de beber muito álcool e pouca água porque ter problemas nos rins é terrível – muito embora você nunca tenha passado mal dos rins. Mas eu adoro essa sua mania de acreditar mesmo no que você não viveu, sabia? 

Talvez seja como uma espécie de parto. Graças à nossa mania de sermos o tudo um do outro, vai ser terrível. Não vamos sentir falta só das conchinhas e dos beijos, a amizade mútua vai deixar um buraco imenso em nós dois. Vai demorar pra a gente se acostumar a não ter mais a companhia um do outro pros filmes aos domingos – aliás, pra a gente se acostumar a não ter a companhia um do outro pra um monte de coisas, já que temos gostos tão parecidos e essa mania fofa de fazer as mesmas coisas. 

Mas, você sabe, as vezes o amor não vence. Eu sempre disse que as pessoas superestimam o amor e, veja só, eu acabo de te provar. Porque ele não segurou a onda sozinho dessa vez. Você não me traiu, eu não me apaixonei por outros olhos e nem me cansei do seu abraço. Só passou nosso tempo, e de um jeito miseravelmente simples. 

A gente sabe que finais têm essa mania de serem doídos. Dói ser abandonado, dói ser traído, dói ser trocado. Mas uma das coisas que eu acho que sei sobre o amor é que dói infinitamente mais vê-lo passar desse jeito. E ter que assistir, imóvel, o amor fazer as malas e partir tranquilo. Dói quando arrancam o amor da gente, mas quando ele vai embora por vontade é covardia. Quando não tem ninguém pra a gente culpar, não tem motivos pra a gente apresentar para as famílias inconformadas, quando simplesmente passa. Quando a gente simplesmente para de se beijar, de se querer, de se apetecer. 

E é por isso que eu estou indo embora, desse jeito corajoso e ao mesmo tempo tão covarde. Se me conheço bem, muito provavelmente eu vou me arrepender quando te vir com outra ou quando um amigo vier me contar que você recomeçou e anda sorrindo a toa. Mas eu já consegui me convencer: você já não pode mais me dar esses sorrisos que dará pra ela. Você já não pode ser pra mim esse cara leve que você provavelmente – e eu espero que sim – será para ela. 

E agora, pra ser ainda mais clichê – tão clichê quanto escrever uma carta de despedida – eu vou te desejar felicidades. Mesmo. Vou te desejar tranquilidade pra seguir em frente quando souber que eu já não estou em casa e um pouco de sorte pra encontrar alguém que valha a pena. Vou te desejar – do fundo do meu coração – tudo que eu desejo pra mim: leveza, bons amigos e algum senso de humor para encarar esses finais que sempre vêm. 

Não vou dizer adeus porque não dá pra desfazer um laço tão bonito quanto esse que a gente se fez. E mesmo que a gente não possa se ver por um tempo, você sempre fará parte de mim de um jeito especial e – como há algum tempo – fraternal. Eu vou te querer bem porque não dá pra jogar fora os nossos domingos, os nossos papos, os nossos porres… Tudo aquilo que sobra quando o amor vai embora, sabe? Por tudo isso a gente continua dando certo. Mesmo sem conchinha, sem mãos dadas, sem beijo na boca – o que nos sobrou ainda é muito. Mas (desculpa), não é o suficiente. Obrigada pelo que vivemos até aqui. Eu te amo, adeus.


- Nathalí Macedo.

quinta-feira, 12 de março de 2015

E então eu a perdi.

Como quem perde o horário em uma estação de trem. Não sei quando isso aconteceu – ou como isso aconteceu. Foi de repente, sabe? Ela disse que estava cansada. Mas cansada de quê? Eu estava sempre ali, vendo televisão, lendo meus livros, trabalhando… É, talvez eu não tenha dado a devida atenção que a minha garota merecia. 

Ah, minha garota… Onde você está no momento em que escrevo esse texto? 

Me lembro até hoje da primeira vez que a vi. Ela estava linda. Vestido preto, casaco de couro e aquelas botas que nunca tira. Escutando uma música qualquer com seus fones de ouvido coloridos – música, que em minha imaginação fértil, desejei que fosse alguma do Jimmy Hendrix. Os cabelos um pouco bagunçados demais, como se quisesse passar a ideia de uma criatura indomável. Gostei de cara. Ela? Nem tanto. Foi preciso mais do que cantadas prontas e meus olhos azuis para conquistá-la. Valeu a pena. Ela era com certeza a mulher da minha vida. Como era bom o nosso amor. Era puro. 


Não sei em que momento a perdi; só sei que a perdi. A rotina não nos deixa valorizar os pequenos momentos – pelo contrário, ela dificulta. Nossas refeições já não eram mais divertidas e cheias de gargalhadas. Agora que me recordo delas, tenho a sensação que parecíamos dois advogados em uma reunião importante. Quietos. Com medo de falar muito. Nossa casa era fria, branca e silenciosa. Pensávamos até em adotar um cãozinho, quem sabe ele não traria um pouco de alegria? Mas estávamos apenas nos iludindo. Nós não precisávamos de um cãozinho. Nós precisávamos voltar a ser quem éramos. Precisávamos de mais bilhetinhos de “bom dia” em vez de eu te amo’s automático. Eu deveria ter perguntando mais vezes se estava tudo bem, mas com a intenção de realmente saber o que se passava com ela. Eu deveria ter dado um abraço apertado para cada hora do dia em que pensava nela. Eu devia ter me lembrado dos detalhes antes que fosse tarde… Bem, agora já é tarde. 


São poucos os que conseguem manter a chama de um grande amor acesa. O amor de nada vale sem as faíscas. Queimando. Ardendo. E eu? Bem, eu deixei que o nosso pequeno incêndio se apagasse. Os bombeiros chegaram rápido demais. Não tive tempo para despedidas, lágrimas e nem para sentir o cheiro dela uma última vez. Então aqui estou – sentado em um sofá grande demais, em uma casa cheia de espaços vazios e silenciosos. Estou escrevendo esse texto. Escrevo porque quero que você, que está lendo do outro lado do papel, não deixe que ela se vá. 

Não perca a sua garota.

- Isabela Freitas.


terça-feira, 3 de março de 2015

Eu quero a sorte de um amor tranquilo.. ♪

Sempre que ouvia essa música eu pensava: "Que chatice! Quem em sã consciência quer um amor tranquilo?! Bando de gente acomodada. Eu gosto do intenso, do furacão, da ventania. Do frio na barriga cada vez que ele chega. E também cada vez que se vai. Eu gosto do surpreendente, do inimaginável. Gosto de acordar com gosto de saudade. De abraçar e bagunçar os cabelos. De ficar sem forças na perna de tanto rir. Gosto da adrenalina. Da empolgação. Da declaração. De sentir o perfume a cada brisa. Gosto de tanta coisa que me traga euforia, que seria impossível ser feliz com um amor tranquilo."

E adivinha? 



Eu estava errada.

Hoje, com a casinha mais perto dos 30 que dos 20, o que eu não daria pela tranquilidade de um amor. Acho que, hoje, consigo compreender melhor o que ele quis dizer com "amor tranquilo", e não, não tem nada a ver com monotonia (como, a principio, eu pensava).  

Sabe o que é deitar no sofá pra ouvir o coração de alguém bater e não querer sair de lá nunca mais? O valor de uma noite inteira dentro de uma conchinha? Acordar e, além da saudade, saber que a noite aquela pessoa ainda estará ali? Saber que bagunçar o cabelo é ótimo, mas ter alguém que os arrume é melhor ainda? Descobrir que não existe adrenalina melhor que aquela causada pela conexão dos olhares? Perceber que não existe intensidade maior que o relacionamento de vocês?


Cara, o que eu não daria!

Não entendam "amor tranquilo" como "amor sem sal". As vezes, o melhor tempero está na calmaria. No abraço depois de um longo dia. No beijo molhado durante o banho. Na certeza que, aconteça o que acontecer, você encontrou um porto. E que vocês podem navegar e se aventurar juntos, mas existe um lar. Uma morada. Onde vocês podem simplesmente sentar e relaxar.

Não existe surpresa maior que acordar e ver o brilho dos seus olhos, o sorriso estampado no rosto, a vontade de viver por você. Não há nada que cause sensação melhor que a tranquilidade de ter você aqui. Nada que melhore o fato de saber que, sempre haverão desentendimentos (já que é impossível fugir deles), mas não estamos sozinhos. Sempre teremos um ao outro, nos respeitando e se esforçando pro barco não afundar. E sabe o que mais? É nesse momento que percebemos que "se esforçar pro barco não afundar" não é esforço nenhum. Esforço é remar sozinho. Esforço é insistir mergulhar nas correntezas. Esforço é querer se perder num amor avassalador, ao invés de se encontrar nos braços de um amor.


Quem dera ter a sorte de um amor tranquilo. 
Onde o respeito e a cumplicidade dizem muito mais que mil furacões.